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quarta-feira, 23 de março de 2016

Livro: Gênero, terceiro setor e desenvolvimento. Autoras - Maria Izilda Matos, Andrea Borelli e Rosana Schwartz


Livro- Experiência Femininas Contemporâneas; visão das mulheres no mundo e na mídia.

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Livro- Experiência Femininas Contemporâneas; visão das mulheres no mundo e na mídia.

Este livro é resultado dos Eventos do Encontro do Dia Internacional da Mulher, organizado pelo GERE - Núcleo de Estudos de Gênero, Raça e Etnia  Mackenzie.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Na semana da mulher vamos falar de movimentos feministas.


Por Rosana Schwartz

O movimento feminista cresceu e desmembrou-se em diversas correntes. Observado com cautela e profundidade nunca se revelou homogêneo. Alguns centralizam suas temáticas nos direitos de primeira geração – civis e políticos, clamam por igualdade e maior participação das mulheres na política. Outros envoltos aos direitos de segunda geração se preocupam mais com o empoderamento econômico feminino, condição fundamental para transformação nas esferas da vida cotidiana. A Igualdade e a equidade no trabalho produtivo são válvulas motrizes para a desconstrução da violência de gênero. Muitos outros são identitários, compostos por mulheres heterosexuais, lésbicas, brancas, negras, trans, travestis entre outras. Não obstante, todos independentemente das suas pautas de reivindicações são unidos em torno da luta contra o Machismo, o sexismo, assédio e violência doméstica. Questões que adentraram, por meio da lutas das mulheres em organizações e pela mídia na vida das pessoas. Durante os anos 70 e 80 a Rede Globo conectada com os avanços das mulheres, lançou séries e minisséries de televisão – Malu Mulher e Quem Ama Não Mata, que problematizavam as assimetrias entre homens e mulheres.  O combate à violência contra mulheres (no plural) conquistou nas últimas décadas leis específicas - Maria da Penha e a do Feminicídio. Violência doméstica a cada dia está sendo mais entendida como um problema político e público. Desde a segunda metade da década de 1970, campanhas internacionais orientadas pela Organização das Nações Unidas uniram diversos movimentos feministas dos países signatários em torno dessas pautas. O ano de1975 foi um marco dos movimentos feministas. Denominado “Ano Internacional da Mulher”, defendeu os direitos humanos como também sendo também das mulheres.  Conferâncias como a de Nairóbi, Cairo e Beijing, em 1995 criaram plataformas de ações para a defesa das mulheres. Naqueles anos a maior parte dos grupos feministas era formada por pessoas de classe média escolarizadas, aliados à luta pelo: fim da carestia, fim do regime militar, associações de mães e de bairros, moradia, saúde, anistia e pelo restabelecimento dos direitos humanos e democráticos.
Na atualidade a nova onda do feminismo jovem dos anos dá continuidade aos trabalhos e esforços dos movimentos do passado. Retoma todas as pautas se voltado para denúncias sobre estupros entre colegas nas universidades relatos de assédio e abusos de crianças e adolescentes (campanha “meu primeiro assédio”),  desigualdades ainda presentes na vida cotidiana, liberdade do corpo em caminhar pelas ruas sem sofrer assédio (campanha “chega de fiu-fiu”). A liberdade de vestir a roupa que desejar sem correr o risco de abordagens machistas centraliza outras pautas, como o direto ao prazer e a autonomia do corpo.  Falta muito ainda para corrigir as assimetrias de gênero, para  a igualdade e equidade entre homens e mulheres efetivamente existir.
Na semana da Mulher vamos falar de feminismo..... tema urgente e necessário.


sábado, 5 de março de 2016

Violência e violação dos Direitos Humanos,


Por Rosana Schwartz

Na Declaração e Programa de Ação de Viena, foram reconhecidos como formas de violência toda espécie de assédio e exploração sexual, em particular as derivadas de preconceitos culturais. Esse documento reconheceu que todos os Direitos Humanos não possuem hierarquia, que os Direitos Humanos da Mulher e da menina são inalienáveis, integrantes e indivisíveis dos Direitos Universais. Manifestou sua preocupação pelas diversas formas de violência às quais as mulheres continuam expostas da mesma maneira como manifestou suas preocupações com os Direitos fundamentais. Desse modo, para as estratégias de prevenção e combate à violência contra a mulher, uma série de documentos é constantemente elaborada na tentativa de esclarecer e propiciar mecanismos de defesa. Segundo levantamento realizado pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos indica que, em 2015, a maioria de mulheres assassinadas foi por homens que privavam de sua intimidade. No Brasil, como em diversos países, segundo a Organização Mundial de Saúde / Organização Panamericana de Saúde, a violência contra à mulher, constitui um sério problema de saúde e causa de doenças e de mortes femininas. A eliminação da Violência contra a mulher implica na implementação de políticas públicas que possam prevenir e atuar de forma eficaz na eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher - física, sexual, psicológica que, historicamente, tem vitimado as mulheres. Diante dessa realidade, faz-se necessário conhecer aspectos devem ser desenvolvidos para uma abordagem ampla do problema: valores e as práticas Sociais, a Legislação, as Políticas Públicas e Educação, e as atuações de diversas ONGs e Movimentos de Mulheres. A violência contra a mulher tem caráter estrutural e, por isso, a expressão "combate" à violência vem de uma concepção teórica que supõe que a violência seja produto de uma "patologia social" e que, portanto, como uma doença, possa ser "curada". Considerando-a como estrutural, concluiu-se, pela complexidade dos meios e modos de analisá-la e problematizá-la, que a violência contra a mulher se insere numa cultura onde a maneira como as mulheres vêem a si próprias e são vistas são fatores importantes. É fundamental que, tanto o Estado como o movimento de mulheres, desenvolvam esforços para mensurar os efeitos das discriminações e da violência contra as mulheres, no sentido de elaborar e implementar políticas públicas educacionais que possam dar respostas mais eficazes a esse fenômeno. Estratégias para a mudança foram apontadas desde o documento internacional da Conferência de Beijing: a necessidade da inclusão da questão de gênero nos currículos e disciplinas em todos os níveis de Educação, assim como estudos e análises da linguagem para eliminação de práticas discriminatórias; fortalecimento de redes educacionais que potencializam mudanças nos valores e práticas sexistas e racistas em todos os setores da vida pública e privada; a democratização da informação e do conhecimento com vistas à conquista de espaço nas esferas de tomada de decisões, como a participação mais efetiva em partidos políticos, eleições e tomada do poder público, exercício de mandatos, chefias e cargos de deliberação política, econômica, cultural, educacional e social; a construção de novos paradigmas na configuração das relações interpessoais e sociais e na relação entre o Estado e a sociedade; identificação dos avanços alcançados, a desde a Constituição de 1988, relacionados com as estratégias de prevenção contra a violência à mulher; a necessidade de novas leis voltadas para a garantia da igualdade de gênero e respeito aos direitos humanos das mulheres.
Pondera-se que o tratamento legal da violência contra a mulher no âmbito exclusivamente repressivo/punitivo não contribui para a superação do problema. Nesse sentido, aponta-se como necessária a construção de um novo entendimento conceitual da problemática da violência doméstica, com ênfase em mecanismos de proteção à vítima e desenvolvimento, através da educação, de novos comportamentos no seio da sociedade. Proporcionar visibilidade social dessa problemática poderá contribuir para o fim da continuidade e institucionalização do preconceito de gênero em todas as instâncias públicas e privadas da sociedade. Diante do exposto, cabe salientar que são cada vez mais necessárias discussões sobre a importância de uma ação dirigida à educação, que objetivem dar visibilidade e garantia de espaço ao debate e às ações dirigidas ao enfrentamento da violência contra a mulher em nosso país e no mundo, além da sensibilização da opinião pública com relação à defesa dos direitos humanos das mulheres.