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segunda-feira, 7 de março de 2016

Na semana da mulher vamos falar de movimentos feministas.


Por Rosana Schwartz

O movimento feminista cresceu e desmembrou-se em diversas correntes. Observado com cautela e profundidade nunca se revelou homogêneo. Alguns centralizam suas temáticas nos direitos de primeira geração – civis e políticos, clamam por igualdade e maior participação das mulheres na política. Outros envoltos aos direitos de segunda geração se preocupam mais com o empoderamento econômico feminino, condição fundamental para transformação nas esferas da vida cotidiana. A Igualdade e a equidade no trabalho produtivo são válvulas motrizes para a desconstrução da violência de gênero. Muitos outros são identitários, compostos por mulheres heterosexuais, lésbicas, brancas, negras, trans, travestis entre outras. Não obstante, todos independentemente das suas pautas de reivindicações são unidos em torno da luta contra o Machismo, o sexismo, assédio e violência doméstica. Questões que adentraram, por meio da lutas das mulheres em organizações e pela mídia na vida das pessoas. Durante os anos 70 e 80 a Rede Globo conectada com os avanços das mulheres, lançou séries e minisséries de televisão – Malu Mulher e Quem Ama Não Mata, que problematizavam as assimetrias entre homens e mulheres.  O combate à violência contra mulheres (no plural) conquistou nas últimas décadas leis específicas - Maria da Penha e a do Feminicídio. Violência doméstica a cada dia está sendo mais entendida como um problema político e público. Desde a segunda metade da década de 1970, campanhas internacionais orientadas pela Organização das Nações Unidas uniram diversos movimentos feministas dos países signatários em torno dessas pautas. O ano de1975 foi um marco dos movimentos feministas. Denominado “Ano Internacional da Mulher”, defendeu os direitos humanos como também sendo também das mulheres.  Conferâncias como a de Nairóbi, Cairo e Beijing, em 1995 criaram plataformas de ações para a defesa das mulheres. Naqueles anos a maior parte dos grupos feministas era formada por pessoas de classe média escolarizadas, aliados à luta pelo: fim da carestia, fim do regime militar, associações de mães e de bairros, moradia, saúde, anistia e pelo restabelecimento dos direitos humanos e democráticos.
Na atualidade a nova onda do feminismo jovem dos anos dá continuidade aos trabalhos e esforços dos movimentos do passado. Retoma todas as pautas se voltado para denúncias sobre estupros entre colegas nas universidades relatos de assédio e abusos de crianças e adolescentes (campanha “meu primeiro assédio”),  desigualdades ainda presentes na vida cotidiana, liberdade do corpo em caminhar pelas ruas sem sofrer assédio (campanha “chega de fiu-fiu”). A liberdade de vestir a roupa que desejar sem correr o risco de abordagens machistas centraliza outras pautas, como o direto ao prazer e a autonomia do corpo.  Falta muito ainda para corrigir as assimetrias de gênero, para  a igualdade e equidade entre homens e mulheres efetivamente existir.
Na semana da Mulher vamos falar de feminismo..... tema urgente e necessário.


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