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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Imagem corporal: corpo, beleza e relações de poder.

A compreensão sobre o conceito beleza e de Imagem Corporal relaciona-se á história, culturas locais e globais – relações de poder, ás imagens, às representações, aos simbolismos, subjetividades e aos padrões naturais e construídos pelo próprio homem em seu cotidiano.

Cada cultura constrói sua imagem de corpo e de beleza, constroem padrões, mutáveis em cada momento histórico, de acordo com diversos interesses, políticos, econômicos, sociais, científicos entre outros. Esses padrões se instituem em maneiras próprias de ver e de viver o corpo.

O culto ao corpo não é algo do mundo pós-moderno, sempre esteve presente na história, marca distinções sociais, modos alimentares, vestuários e cuidados com a saúde, assim, o corpo e a beleza não podem ser vistos simplesmente como uma questão de “linguagem”, possui dimensão subjetiva, modos de distinguir os indivíduos e encontra-se ligado a padrões matemáticos - ordem que o cérebro procura no mundo e ás relações de poder.

Beleza pode ser entendida por harmonia, simetria e equilíbrio esses aspectos estão associados á saúde - direcionam o senso estético em cada período da história.

A Forma e padrão na natureza são apropriados indivíduo, pelos poderes e interesses econômicos, políticos, ideológicos, etc....
Beleza é a forma com que o pensamento se estrutura:
Antiguidade- simetria, harmonia, equilíbrio - proporção áurea ou “proporções divinas” = a beleza clássica. (mística e simbólica por ser da natureza). Utilizada para definir beleza. A saúde da alma, existia através da busca do conhecimento, da compreensão da natureza das coisas, da harmonia e da beleza . Os gregos valorizavam, a beleza, o prazer e a felicidade e afirmavam que o homem não havia nascido para o sofrimento, mas sim, para a expressão desses valores que se realizam na felicidade.

Idade média - proporção áurea continuam, pois são da observáveis na natureza – matemática e catedrais - arquitetura/construções com as mesmas proporções dos sons, etc.... A idéia de fertilidade imposta como contraponto de uma época de matanças ocorridas nas cruzadas, trazia uma mulher de quadril largo e ventre avolumado considerada a mais bela.

Renascença – As proporções do corpo humano substituem as dos outros elementos da natureza, mas curiosamente são as mesmas - o ideal de beleza clássico foi apropriado pela burguesia somado ao padrão “gordinha”, sinônimo de beleza, pois demonstrava que a família da referida mulher era abastada. Os padrões de beleza são modificados a cada época. Assim,  durante longo tempo, mulher bonita era a que tinha formas arredondadas. Essas formas foram fonte de inspiração para muitos pintores renascentistas e para a arte nouveau no século XIX. "Um choque muito grande para os padrões do final do século XX e início do século XXI".

Na sociedade moderna- Na década de 20 o padrão clássico propaga-se por meio do cinema - Greta Garbo - e mais tarde pelo rosto da sueca Ingrid Bergman e pela latina/ mexicana Maria Félix. Com Audrey Hepburn o padrão muda, valorizando a mulher magra e esguia e a beleza agressiva, sensual -Edna Purviance. O tipo sensual vai ganhando espaço, com Rita Hayworth e Sofia Loren. As mulheres com mais curvas como a norte- americana Marlyn Monroe marcam os anos 50 acentuando coxas e seios fartos. Os anos 60 e 70 têm como padrão a francesa Brigitte Bardot, famosa pelas suas curvas e lábios carnudos. Em meados da década de 60, o padrão de beleza sarado é inaugurado Raquel Welch, mais tarde consolidado com Cindy Crawford. Nascia a era das tops models. Os anos 90, refomulam o conceirto com Kate Moss para as andróginas, deixando personificar o padrão de beleza totalmente avesso aos moldes anteriores. A beleza relaciona-se cada vez mais aos padrões de magreza impostos pela indústria da moda, a fim de atender as necessidades do fashion business por valorizar a roupa e, por consequência, vender mais. A top Gisele Bündchen torna-se o padrão globalizado de beleza com seus 52kg em 1.80 de altura. Representa saúde, dinamismos, modernidade, longe do que foi a modelo Cindy Crawford, top dos anos 80 com 57kg em 1.77m de altura. Os padrões curvilíneos foram substituídos para um arquétipo mais andrógeno.

Pós-moderna à idéia de consumo - Fornece oportunidade de crescimento para o “mercado do músculo”, para indústrias de aparelhos de musculação, cirurgias plásticas, para os produtos de beleza, ou seja, ao consumo de bens e serviços destinado à “manutenção do corpo ideal”. Gastos compulsivos, alimentação de baixa caloria, cuidados com a pele, vestuário acompanham o processo de valorização desses “corpos musculosos”, ou seja, corpo e consumo exacerbado intimamente ligado so sucesso profissional, a felicidade e ao dinheiro.

Como vimos, os corpos são auto-avaliados e reavaliados continuamente na vida cotidiana e as pessoas aprendem a avaliar seus corpos e os dos outros desde criança, através da interação ambiente e mídia. O olhar para o que é considerado belo é imposto de forma coercitiva, não direta. Os sujeitos são pressionados simbolicamente por meio de inúmeras circunstâncias a concretizar no seu corpo, o “corpo ideal” considerado perfeito naquele momento histórico pela mídia. A beleza é uma criação sociocultural e no corpo se inscrevem idéias, crenças, culturas e as imagens que se fazem dele. Se a imagem dominante em um momento histórico for a valorização das pessoas magras, emagrecer será o ideal de todos, se for da pessoa sarada, musculosa das academias de ginástica, assim será. Aqueles que não conseguem chegar aos padrões impostos desejados sofrem muito para serem incluídas no social, processo de impacto extremamente negativo que afeta a auto-imagem dos sujeitos. A imagem corporal fora dos padrões, envelhecida ou em desacordo, determinam aparecimentos de baixa auto-estima, depressão e sofrimentos. Nossos corpos estão sujeitos aos saberes/poderes e estes criam processos de identificação. A auto-imagem está relacionada aos padrões impostos pela mídia. As pessoas se sentem obrigadas a terem o corpo magro ou musculoso, atrativo, em forma e jovem durante a vida toda. Experimenta a todo momento uma aprovação social de sua conduta e forma estética.

O homem acaba vivendo o seu corpo não a sua maneira e vontade, mas a dos outros. O corpo tem que aprender a comportar-se conforme regras e técnicas estabelecidas pela sociedade e a beleza corporal é definida por modelo estético padronizado comercialmente.

Os meios de comunicação encarregam-se de criar desejos comuns e reforçar imagens desejáveis para esse corpo, padronizando-os segundo as relações de poder. Assim, os corpos que se vêem em desacordo com os padrões de medidas, determinados pelas mídias da época, sentem-se insatisfeitos, frustrados, incomodados. Quanto mais perto o corpo estiver da juventude,do que se considera belo, da boa forma, mais alto é seu valor de troca.

Hoje, um corpo esculpido, com músculos bem torneados, significa mais do que um índice de boa saúde, é o resultado de uma cadeia de interesses. Por trás de cada fibra enrijecida estão milhões de reais, euros, dólares gastos em aparelhos de ginástica, programas de condicionamento físico, anabolizantes, etc.
A mídia estipula o que é um corpo atraente e saudável, e conseqüentemente provoca com que uma parte de nossa sociedade se lance na busca dessa aparência física idealizada.

A imagem veiculada pela mídia usa corpos de homens e mulheres com “Músculos perfeitos” impulsionando para as imagens de seres perfeitos, para comprar produtos que levam para esse ideal.O músculo é um modo de vida em meio a uma batalha pelo “belo”.
A mídia ressalta o narcisismo e impõem para si mesmas uma disciplina extremamente severa, por vezes dolorosa. (prazer ou sofrimento).
O culto ao corpo é a negação ao envelhecimento, e esse sentimento é sustentado pela obsessão em possuir invólucros corporais musculosos e jovens.

A busca deste corpo perfeito está gerando excessos e preocupando profissionais da área de saúde e do desporto, mas por outro lado relatos vêm sendo apresentados em que profissionais de Educação Física não estão estabelecendo limites a seus alunos, nem mesmo distinguindo uma prática saudável de um exercício obsessivo.

Com isto investigações epidemiológicas vêm mostrando nos últimos anos um aumento considerável no número de pessoas acometidas por Transtornos Dismórficos Corporal em que a insatisfação corporal é crescente. Calcula-se que a prevalência desta doença está na população em geral, não só na adolescente ou juvenil. Não obstante, como aponta o coordenador da área de comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Norval Baitello, as ações da mídia são só negativas, podem também se tornar agentes conscientizadores da diversidade, das diferenças entre os indivíduos e culturas. Podem alertar para os riscos da violência contra o corpo e a massificação e padronização da beleza.

Eu pergunto a vocês, o que acham? Como conter ou mesmo avaliar os efeitos dessas ações da mídia sobre os indvíduos com relação aos seus corpos?
Vejam essas questões e outras na entrevista concedida  ao programa DOMINGO ESPETACULAR da Record.


Referências bibliográficas
BECKER JR. B. (1999). Manual de Psicologia aplicada ao Exercício & Esporte.
Porto Alegre: Edelbra.
CARVALHO, Y. M. (1995). O “Mito” da Atividade Física e Saúde. São Paulo:
Hucitec.
FERNANDES, M. H. (2003). Corpo. Clinica Psicanalítica. São Paulo: Casa do
Psicólogo
PARGNEUR, P. (1999). Consciência, Corpo e Mente. Campinas: Papirus.
SOUTO, S. G.(2002) Vivências e Significados dos Transtornos Alimentares
Através da Narrativa de Mulheres. Universidade Federal do Ceará. Dissertção
de Mestrado.
TAVARES, M.C.C. (2003). Imagem Corporal: Conceito e Desenvolvimento. São
Paulo: Manole.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Moradores de Rua e a esperança de inclusão social.

Lula em sua última visita aos moradores de rua e catadores de material reciclável como presidente da República, na cidade de São Paulo (23/12/2010), visitou lixões, andou pela cidade e ouviu histórias de catadoras expondo problemas do “ser” mulher e viver nas ruas.
Criticou o prefeito Kassab por não ter desenvolvido projetos/convênios com os catadores.
Disse: “Estou aqui de público, no microfone, cobrando”.   Se comprometeu, que depois de deixar o Palácio do Planalto, retornaria a visitar a cidade para continuar cobrando do prefeito Gilberto Kassab (DEM), políticas públicas para moradores de rua.

A presidente Dilma conjuntamente com Lula, 03/01/2011, assinaram convênios, com apoio do Banco do Brasil e do BNDES para solucionar o problema das pessoas em situação de rua. Dilma, disse que essas ações são “um símbolo do meu compromisso de continuar esse caminho que o presidente Lula abriu”.

Vamos torcer para que a insivibilidade desses sujeitos acabe e que a sociedade civil se mobilize apoiando e divulgando medidas de inclusão social, independentemente das suas posições polico-ideológicas.
Sobre moradores de Rua ver:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1598283-15605,00-HOMENS+POR+VOLTA+DOS+ANOS+SAO+MAIORIA+ENTRE+MORADORES+DE+RUA.html

sábado, 1 de janeiro de 2011

Dilma Rousseff, toma posse destacando em seu discurso o valor histórico de ser a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da República Brasileira.

Hoje, dia 01 de Janeiro de 2011, Dilma Vana Rousseff, 63 realizou seu discurso de posse, a presidente da República. Simples e direto, as palavras do seu discurso destacaram várias temáticas e evidenciou o fato de ser a primeira mulher a ocupar a Presidência da República Brasileira. Afirmou que esse acontecimento histórico servirá para abrir as portas para muitas mulheres perderem o medo do poder. Salientou que todas as brasileiras devem sentir o orgulho e a alegria de ser mulher, “Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!”.

Prometeu erradicar a miséria e transformar o Brasil num país de "classe média sólida e empreendedora'. 'Também comentou que manterá a mesma linha de trabalho e os projetos do governo Lula e que dará maior atenção à política ambiental, ou seja, que pretende favorecer ações em defesa do equilíbrio ambiental do Planeta.

Lembrou que o destino de um país não se resume às ações governamentais, que é o resultado das ações de todos os cidadãos.“O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do tamanho da participação de todos e de cada um: Dos movimentos sociais, dos que labutam no campo, dos profissionais liberais, dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores, dos intelectuais, dos servidores públicos, dos empresários, das mulheres, dos negros, dos índios e dos jovens, dos estudantes, dos defensores do meio ambiente e dos animais, de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação”.

Vamos acreditar...... e em conjunto torcer para que a gerência de uma mulher seja exemplar, que ela eduque nossa nação como uma mãe, uma educadora, que deseja colocar e manter seu filho no caminho correto.