Páginas

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Vocês já ouviram falar sobre a Maria Lacerda de Moura, uma professora e escritora libertária - anarquista que revolucionou os discursos médicos do inicio do século XX?

Criação e recriações de Maria Lacerda de Moura

             Maria Lacerda de Moura foi uma professora e escritora libertária - anarquista que revolucionou os discursos médicos do inicio do século XX.
Criativa, crítica e combativa escreveu inúmeros artigos e livros que questionavam mitos científicos e discursos médicos sobre o corpo e a sexualidade feminina. Dentre sua produção, duas obras se tornaram referência para a luta em prol da emancipação feminina: “A mulher é uma Degenerada?”, de 1924 e “Amai e não vos multipliqueis” também da década de 20.
Condenava em todos os seus escritos, os costumes, a moral e o status burguês da sociedade brasileira da época e proclamava a igualdade entre mulheres e homens, bem como, a luta pela emancipação feminina e reconhecimento da necessidade de sua independência e autonomia econômica.
Como professora, centralizava seus ensinamentos no despertar da consciência feminina, pois acreditava que a mulher seria capaz de reformar o mundo por ser educadora dos filhos e disciplinadora da família. Em seu Livro “Lições da Pedagogia”, de 1925, problematiza os problemas do analfabetismo nas sociedades, e principalmente o feminino. Afirmava que era esse o motivo ads diferenças entre
Em 1923 rompe com os Anarquistas em decorrência das suas posições favoráveis a obra educacional do Ministro Soviético Lunacharsky, na palestra “Conformado e Rebelde”, do Jornal “A Plebe”. Uma série de artigos do jornal  A Plebe (4/8/23, 4/9/23, 27/9/23 e
10/10/23) relatam a atitude independente da conferencista com e as posições contrárias dos anarquistas com relação as posições de Maria Lacerda. Somente dez anos depois, em 1933, é que voltaria a se aliar com os anarquistas na campanha contra a guerra e na famosa Liga AntiClerical, que foi ponto de resistência e a mais forte expressão anarquista
no Rio de Janeiro até 1930

https://www.streamcraft.com/user/2024310760

https://www.streamcraft.com/user/2024310760

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

São Paulo. Você sabia?


Parabéns São Paulo.
Por Rosana Schwartz

Comemora-se o aniversário de São Paulo, local de múltiplas temporalidades, na qual a noção e sensação de tempo passam por diversas temporalidades, ou seja, a cidade apresenta ritmos diferentes em seus espaços. Essa temporalidade cria a ideia de constante transformação, mudança, onde tudo pode ser inserido no processo de construção de uma cidade que nunca para e que mais cresce. Sua estrutura desvela aspectos da construção simbólica e imaginária de cidade moderna/nova entrelaçada com a dialética do arcaico/velho, ou seja, as permanências das raízes rurais, advindas dos fazendeiros de café e do caipira/camponês misturaram-se com o imaginário social de modernidade trazido pelos imigrantes europeus no século XIX. O homem civilizado e o sentimento de progresso penetram nas entranhas da cidade.  Para entender São Paulo de hoje, como qualquer outro lugar, faz-se necessário percorrer sua construção histórica e o século XIX torna-se ponto chave. Cidade em crescente ascensão, na qual se deu uma industrialização rápida, graças aos capitais liberados pelo café, presença de uma elite esclarecida cosmopolita e progressista que deseja forjar em seu território uma consciência Moderna na busca de uma identidade Nacional. Com o processo de imigração em seus diversos fluxos de entrada na cidade, sua configuração espacial e social foi sendo alterada rapidamente diversas vezes. São Paulo do século XIX e XX reaparece sob o signo da industrialização positiva, sinônimo de progresso, num clima de euforia e de pseudo “confraternização”, local que recebe todas as etnias, indivíduos de todas as culturas.O cosmopolitismo urbano na cidade de São Paulo gera o Mito do urbano da Metrópole, uma metrópole que compete com as outras e busca a constantemente a sua identidade. Essa cidade é a do homem disciplinado, espelho das grandes metrópoles européias e americanas do século XIX, do futuro e da oposição ao mundo velho. A representação do NOVO ocorre através da construção do MITO do heróico, de criação da idéia de uma nova “RAÇA”, onde houve o cruzamento das etnias indígenas, européia portuguesa e dos outros imigrantes, com o africano. A industrialização que vai parecer como uma característica inerente ao paulista é completada pelo mito do BANDEIRANTE, com seu passado glorioso, desbravador, onde as fronteiras do país foram conquistadas por ele. Assim, forjando a idéia de que o Brasil é o que é, por causa desse homem, por causa das entradas e Bandeiras, delimitando as fronteiras. Sempre se modernizando, crescendo, valoriza as práticas e ações dinâmicas como as ações dos jovens. Seus jovens, mulheres e homens marcaram história, unidos aos operários na Greve Geral de 1917, em 1932 na Revolução Constitucionalista contra Getúlio Vargas e em diversos outros momentos. Conservadora e revolucionária, a cidade se constrói e se reconstrói. Apaga e cria memórias. Suas extensões territoriais, seus bairros cresceram acompanhando a especulação imobiliária e a expansão das linhas do trem. Entre locais povoados e vazios urbanos se desenvolveu de forma irregular e sem controle.  Desde o inicio do século XX, Planos e Projetos Urbanísticos audaciosos não conseguiram acompanharam seu ritmo. Antagônica e dialética é composta por uma cidade oculta, invisível, da periferia, abandonada a própria sorte e outra visível rica, com infraestrura dos bairros nobres. Bela e acolhedora convive ao mesmo tempo com suas raízes frias e perversas.
          São Paulo carece de entendimento e é impossível não te amar.
          Viva São Paulo!

   







segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O que é ideologia de gênero.

Por: Roseane Aguirra
A expressão “ideologia de gênero” foi muita citada durante o período eleitoral e também no discurso de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, no dia 1º de janeiro de 2019, quando disse que iria combatê-la em seu governo.
Notícias falsas que circularam no período deixaram muita gente confusa quanto à definição do termo e o perigo que poderia oferecer às crianças.
Mas o que é ideologia de gênero?
Para Rosana Schwartz, historiadora e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, o termo não existe. “Gênero é uma categoria de análise da história. Não existe ideologia de gênero. O que existe é um método que foi criado nos anos 1980 para que você estude a história pela perspectiva da mulher e das categorias minorizadas,” explica Rosana, ao se referir aos grupos que foram pouco considerados na história tradicional, como trabalhadores do campo, homossexuais, mulheres e negros.
“Antes, alguns sujeitos entravam para a história,por que eram considerados heróis, mitos. O que era importante mesmo, não aparecia. Por exemplo, a ação das mulheres na vida cotidiana, nas guerras, nas lutas por direitos civis, sociais e pelas igualdades salariais entre homens e mulheres”, explica.
Gênero, como uma categoria de análise, pode trazer questões sobre o feminino, o masculino e as múltiplas sexualidades. Nós podemos estudar qualquer fato por esses vieses.
Igualdade acima de tudo
Segundo a historiadora, o estudo do gênero busca por igualdade, correções de assimetrias e a tolerância. “Estudar gênero é respeitar o outro como ele é, é ter tolerância, reconhecer a diversidade, as diferenças. É agir no sentido da desconstrução dos preconceitos. Os preconceitos e estereótipos são construídos historicamente. Então, com as discussões e debates se consegue caminhar no sentido de desconstruí-lo.”
A partir dessa perspectiva, segunda ela, é possível discutir a violência, o sexismo, a desqualificação dos indivíduos desde os discursos médicos e higienistas do seculo XIX, as questões étnicos-raciais.
“Não tem ligação direta com questões políticas e ideológicas que os conservadores estão falando no Brasil. É um desconhecimento teórico muito grande das pessoas que realizam essa fala. Os estudos de gênero proporcionam oportunidades para as pessoas minorizadas entrarem para a história, elas acabam aparecendo nos mais diversos estudos acadêmicos, nas mídias.
Então, é lógico que alguns setores da sociedade acabam não gostando,” afirma.
E nas escolas?
Segundo Claudia Vianna, professora da Faculdade de Educação da USP e líder do grupo de Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual (Edges), tratar a questão de gênero nas escolas parte do mesmo princípio: acolher e respeitar as diferenças, independente do pertencimento racial, étnico ou religioso.
A intenção não é ensinar como ser menino ou ser menina ou acabar com a família como uma instituição, mas abrigar todas as formas de ser menino ou menina ou diferentes modelos de organização familiar
Para a professora, é importante que o currículo escolar trabalhe a diversidade para além de datas comemorativas, como a questão da mulher no mês de março, a questão indígena no mês de abril e a racial em novembro.
“Em coerência com essa lógica de organização, as ciências, os mapas, as narrativas históricas e os textos literários reforçam no restante dos dias letivos, os valores ligados à identidade do homem, branco, heterossexual, cristão, classe-média, tomando-os como referência central e mantendo à margem as identidades da mulher, negra, homossexual, não-cristã, pobre”, explica.
“No ambiente escolar, também não podemos esquecer que o planejamento curricular ensina tanto em razão do que está representado nele, quanto em razão daquilo que está silenciado.”
Para ela, incluir o debate sobre gênero e diversidade sexual nas escolas poderia, então, contribuir para reduzir a violência escolar contra mulheres, e “ampliar o olhar dessas pessoas sobre a exclusão de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, englobando as dimensões de classe, raça, etnia e geração na perspectiva de um projeto democrático de educação de crianças e jovens, homens e mulheres capazes de acolher e construir uma sociedade mais justa”, conclui ela deixando claro a importância da tolerância.

domingo, 23 de setembro de 2018

Mother militant and military children

Mother militant and military children
In Brazil, the current context of governmental instability is marked by the strong shift to the right-wing of political relations in the world. To retake some dynamics, as memories, may be interesting, as regards the understanding of internal emotional conflicts from a case study of a black family from the periphery in São Paulo, highlighting their counterpoints: on the one hand, the militant mother of social movements left-wing ecclesiastical and other, military sons who, in one way or another, participated in the most dense and persecutory moments of the military dictatorship, beginning in 1964.On the side of the sons, the great fear of a possible confrontation targeting the mother (and later the sister); the fear that other elements in the service of the dictatorial force could reach his family, and also the tension if his superiors discovered that his family participated in the body of insurgent actions. This fear permeated relations and particularly pervaded the very existence of these people who found themselves in this dilemma.On her mother's side, she had no afraid, despite seeing many of her peers being arrested, tortured, raped or missing. She had a strong conviction that what they were doing was right, good and fair.This proposal of this case study seeks to reflect and find clues to the situations which, even today, can present themselves in the daily life of the participants of the social movements that now emerging. How do they coexist, make agreements and combinations and solve their impasses?For the development of this work, we will make interviews with the remnants of the family, leaders of that time and people who have experienced these moments and their struggles. It will also be developed a bibliographical research to anchor the work theoretically.

A participação feminina na luta por moradia na cidade de São Paulo

https://www.encontro2018.sp.anpuh.org/resources/anais/8/1530741587_ARQUIVO_ANPUH2018.pdf