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domingo, 10 de junho de 2012

Rio + 20



Uma reflexão sobre a ausência de uma nova narrativa na Rio+20

O vazio básico do documento da ONU para a Rio+20 reside numa completa ausência de uma nova narrativa ou de uma nova cosmologia que poderia garantir a esperança de um “futuro que queremos” lema do grande encontro. A narrativa atual é a da conquista do mundo em vista do progresso e do crescimento ilimitado.

Leonardo Boff

O vazio básico do documento da ONU para a Rio+20 reside numa completa ausência de uma nova narrativa ou de uma nova cosmologia que poderia garantir a esperança de um “futuro que queremos” lema do grande encontro. Assim como está, nega qualquer futuro promissor.
Para seus formuladores, o futuro depende da economia, pouco importa o adjetivo que se lhe agregue: sustentável ou verde. Especialmente a economia verde opera o grande assalto ao último reduto da natureza: transformar em mercadoria e colocar preço àquilo que é comum, natural, vital e insubstituível para a vida como a água, solos, fertilidade, florestas, genes etc. O que pertence à vida é sagrado e não pode ir para o mercado dos negócios. Mas está indo, sob o imperativo categórico: apropia-te de tudo, faça comércio com tudo , especialmente com a natureza e com seus bens e serviços.
Eis aqui o supremo egocentrismo e a arrogância dos seres humanos, chamado também de antropocentrismo. Estes veem a Terra como um armazém de recursos só para eles, sem se dar conta de que não somos os únicos a habitar a Terra nem somos seus proprietários; não nos sentimos parte da natureza, mas fora e acima dela como seus “mestres e donos”. Esquecemos, entretanto, que existe toda a comunidade de vida visível (5% da biosfera) e os quintilhões de quintilhões de microrganismos invisíveis (95%) que garantem a vitalidade e fecundidade da Terra. Todos estes pertencem ao condomínio Terra e têm direito de viver e conviver conosco. Sem as relações de interdependência com eles, sequer poderíamos existir. O documento desconsidera tudo isso. Podemos então dizer: Com ele não há salvação. Ele abre o caminho para o abismo. Enquanto tivermos tempo, urge evitá-lo.
Tal vazio se deriva da velha narrativa ou cosmologia. Por narrativa ou cosmologia entendemos a visão do mundo que subjaz às idéias, às práticas, aos hábitos e aos sonhos de uma sociedade. Por ela se procura explicar a origem, a evolução e o propósito do universo, da história e o lugar do ser humano.
A nossa atual é a narrativa ou a cosmologia da conquista do mundo em vista do progresso e do crescimento ilimitado. Caracteriza-se por ser mecanicista, determinística, atomística e reducionista. Por força desta narrativa 20% da população mundial controla e consome 80% de todos os recursos naturais; metade das grandes florestas foram destruídas, 65% das terras agricultáveis, perdidas, cerca de 27 a cem mil espécies de seres vivos desaparecem por ano (Wilson) e mais de mil agentes químicos sintéticos, a maioria tóxicos, são lançados na natureza. Construímos armas de destruição em massa, capazes de eliminar toda vida humana. O efeito final é o desequilíbrio do sistema-Terra que se expressa pelo aquecimento global. Com os gases já acumulados, até 2035 fatalmente se chegará a 3-4 graus Celsius, o que tornará a vida, assim como a conhecemos praticamente impossível.
A atual crise econômico-financeira que mergulha nações inteiras na miséria nos fazem perder a percepção do risco e conspiram contra qualquer mudança necessária de rumo.
Em contraposição, surge a narrativa ou a cosmologia do cuidado e da responsabilidade universal, potencialmente salvadora. Ela ganhou sua melhor expressão na Carta da Terra. Situa nossa realidade dentro da cosmogênese, aquele imenso processo de evolução que se iniciou há 13,7 bilhões de anos. O universo está continuamente se expandindo, se auto-organizando e se autocriando. Nele tudo é relação em redes e nada existe fora desta relação. Por isso todos os seres são interdependentes e colaboram entre si para garantirem o equilíbrio de todos os fatores. Missão humana reside em cuidar e manter essa harmonia sinfônica. Precisamos produzir, não para a acumulação e enriquecimento privado mas para o suficiente e decente para todos, respeitando os limites e ciclos da natureza.
Por detrás de todos os seres atua a Energia de fundo que deu origem e sustenta o universo permitindo emergências novas. A mais espetacular delas é a Terra viva e os humanos como a porção consciente dela, com a missão de cuidá-la e de responsabilizar-se por ela.
Esta nova narrativa garante “o futuro que queremos”. Do contrário seremos empurrados fatalmente ao caos coletivo com consequências funestas. Ela se revela inspiradora. Ao invés de fazer negócios com a natureza, nos colocamos no seio dela em profunda sintonia e sinergia, respeitando seus limites e buscando o "bem viver" que é a harmonia entre todos e com a mãe Terra. Característica desta nova cosmologia é o cuidado no lugar da dominação, o reconhecimento do valor intrínseco de cada ser e não sua mera utilização humana, o respeito por toda a vida e dos direitos da natureza e não sua exploração e a articulação da justiça ecológica com a social.
Esta narrativa está mais de acordo com as reais necessidades humanas e com a lógica do próprio universo. Se o documento Rio+20 a adotasse, como pano de fundo, criar-se-ia a oportunidade de uma civilização planetária na qual o cuidado, a cooperação, o amor, o respeito, a alegria e espiritualidade ganhariam centralidade. Tal opção apontaria, não para o abismo, mas para o “o futuro que queremos”: uma biocivilização da boa esperança.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

II CONGRESSO INTERNACIONAL EM COMUNICAÇÃO E CONSUMO


II CONGRESSO INTERNACIONAL EM COMUNICAÇÃO E CONSUMO
2º. Encontro de Grupos de Trabalho em Comunicação e Consumo
TEMA: Comunicação, consumo e ação reflexiva: caminhos para a educação do futuro
Datas: 15 e 16 de outubro de 2012 na ESPM-SP
Promoção: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (PPGCOM-ESPM)

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (PPGCOM-ESPM) convida pesquisadores do campo da comunicação e áreas afins à submissão de trabalhos para o 2º. Encontro de Grupos de Trabalho em Comunicação e Consumo. O Encontro é parte do II Congresso Internacional em Comunicação e Consumo, que se realizará nos dias 15 e 16 de outubro de 2012, no Campus Francisco Gracioso - ESPM-SP (R. Dr.. Álvaro Alvim, 123 – Vila Mariana, São Paulo, capital). As propostas, contemplando a articulação entre os campos da comunicação e do consumo, podem ser submetidas aos Grupos de Trabalho abaixo relacionados. Neste ano, as submissões das propostas de trabalhos serão feitas através do site do evento (endereço eletrônico: http://ppgcom.espm.br/comunicon) inicialmente no formato de resumo expandido. Aos autores dos resumos aprovados será solicitado o envio do artigo completo para inclusão nos anais digitais do evento (com ISBN), de acordo com o cronograma apresentado a seguir. Serão aceitos textos redigidos em português, inglês ou espanhol. Cada GT contará com pareceristas externos, além de seu coordenador.

Podem submeter propostas os pesquisadores que sejam mestrandos, mestres, doutorandos, doutores e pós-doutores. Alunos de graduação só podem assinar como co-autores, desde que o autor principal tenha no mínimo o título de mestre.

Os resumos expandidos, relacionados à temática do evento e, em especial, aos objetivos e questões de cada Grupo de Trabalho, devem conter o mínimo de 4000 e o máximo de 5000 caracteres, incluindo espaços. O período de submissão é de 10 de maio a 24 de junho de 2012.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pós-graduação em Ciências Ambientais.

Unesp cria pós-graduação em ciências ambientais em Sorocab

Agência FAPESP – A Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) aprovou a criação de um Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais stricto sensu pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Sorocaba.
De acordo com a universidade, o curso deve contribuir para a formação qualificada de recursos humanos e para o desenvolvimento científico-tecnológico de uma área em consolidação no Brasil.

O pesquisador e o profissional formados pelo programa reunirão conhecimentos técnicos e científicos para atuar em atividades vinculadas ao diagnóstico, tratamento e recuperação ambiental.

Os futuros mestres e doutores poderão trabalhar no ensino e na pesquisa em instituições de ensino superior ou, ainda, em organizações públicas e privadas, propondo e implantando projetos ambientais.

O programa contará com 15 disciplinas: Análise química aplicada a amostras e processos ambientais; Climatologia, hidrologia e estatística aplicada; Ecotoxicologia aquática; Física Ambiental; Gestão ambiental; Gestão de recursos hídricos; Limnologia e ecossistemas aquáticos; Lógica Fuzzy; Manejo e gestão de bacias hidrográficas; Métodos e técnicas de análise espacial de dados ambientais; Modelagem matemática; Processamento de imagens aplicado ao sensoriamento remoto; Recuperação de áreas degradadas; Tópicos especiais em ciências ambientais; e Tratamento de efluentes líquidos.

“São assuntos que fundamentam as premissas do desenvolvimento sustentável e permitem o estabelecimento de níveis desejáveis de qualidade de vida à população”, explicou André Henrique Rosa, coordenador do programa e professor da Unesp em Sorocaba.

Mais informações: www.unesp.br/noticia.php?artigo=8383.



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Participe do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

Concurso de redações, artigos científicos e projetos pedagógicos.

O prêmio objetiva estimular e fortalecer a reflexão critica e a pesquisa acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres no país, contemplando suas intercessões com as abordagens de classe social, geração, raça, etnia e sexualidade no campo dos estudos das relações de gênero, mulheres e feminismos; e sensibilizar a sociedade para tais questões.

Em 2011 foram realizadas 3.965 inscrições sendo 203 da categoria Estudante de Graduação; 218 da categoria Graduado, Especialista e Estudante de Mestrado; 122 da categoria Mestre e Estudante de Doutorado; 3376 da categoria Estudante do Ensino Médio, e 46 da categoria Escola Promotora da Igualdade de Gênero.

Para julgar os trabalhos foram criadas duas Comissões Julgadoras: uma para analisar os trabalhos de estudantes e escolas do ensino médio e outra para os trabalhos de estudantes do ensino superior (graduação, graduados, especialistas, estudantes de mestrado, mestre e estudante de doutorado).

A premiação consiste de R$ 126 mil em dinheiro, Laptops, computadores e bolsas de estudo do CNPq. Os professores orientadores recebem assinatura anual da Revista Estudos Feministas e Cadernos PAGU.
A solenidade de entrega do Prêmio será, em Brasília, até abril de 2012
Este ano estão sendo premiados os trabalhos do 7º Prêmio inscritos em 2011.

Prepare-se para o 8º Prêmio.
Não perca essa oportunidade.
Abraços

http://www.cnpq.br/premios/2011/ig/

SciELO BRASIL

SciELO Brasil lança portal de livros eletrônicos
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Foi lançado em 30 de março, durante evento na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, o portal SciELO Livros.
Integrante do programa Scientific Eletronic Library Online SciELO Brasil – resultado de um projeto financiado pela FAPESP em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) –, o portal visa à publicação on-line de coleções de livros de caráter científico editados, prioritariamente, por instituições acadêmicas.
A iniciativa pretende aumentar a visibilidade, o acesso, o uso e o impacto de pesquisas, ensaios e estudos realizados, principalmente, na área de humanas, cuja maior parte da produção acadêmica é publicada na forma de livros.
“Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E como um dos objetivos da coleção SciELO é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros”, disse Abel Packer, membro da coordenação do programa SciELO, à Agência FAPESP.
De acordo com Packer, a ideia do projeto foi sugerida em 2007 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi iniciado em 2009 sob a liderança e financiamento de um grupo formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fiocruz.
O desenvolvimento da plataforma metodológica e tecnológica contou com a cooperação da Bireme, e a execução do projeto teve apoio institucional e de infraestrutura da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Inicialmente, o portal reunirá cerca de 200 títulos, distribuídos mais ou menos igualmente entre as editoras das três universidades. A partir do lançamento, a expectativa é que a coleção possa contar com a adesão de outras editoras acadêmicas.
Para integrar o portal, as editoras e as obras são selecionadas de acordo com padrões de controle de qualidade aplicados por um comitê científico e os textos são formatados de acordo com padrões internacionais que permitem o controle de acesso e de citações.
A publicações poderão ser lidas por meio de plataformas de e-books, tablets, smartphones ou na tela de qualquer computador, acessadas diretamente do portal ou de buscadores na internet, como o Google, e também serão publicadas em portais internacionais.
“A ideia é contribuir para desenvolver infraestrutura e capacidade nacional na produção de livros em formato digital e on-line, seguindo sempre o estado da arte internacional”, explicou Packer.
Segundo ele, a plataforma metodológica e tecnológica desenvolvida para publicação de livros eletrônicos para a coleção da SciELO Brasil deverá ser utilizada por outros países que formam a rede SciELO para publicar suas coleções nacionais, com gestão autônoma.
Venda de livros
Além das obras com acesso aberto e gratuito, o portal SciELO Livros também possui uma área na qual será possível ao usuário comprar obras das editoras integrantes do projeto no formato e-book.
“A venda deverá ser uma das fontes de recursos financeiros previstos na operação autosustentável do portal. Isso representa uma novidade para o SciELO, que tem acesso totalmente aberto para os seus periódicos. Entretanto, o número de livros em acesso aberto deverá predominar”, disse Packer.
Segundo ele, a meta inicial é publicar entre 300 a 500 títulos por ano no portal. Entretanto, esse número de publicações dependerá da reação das editoras e do público.
“Se o projeto tiver um sucesso semelhante ao do SciELO Periódicos, o desenvolvimento do portal poderá ser mais rápido, e ele deverá contar com muito mais livros”, estimou.
Criada em 2007, o SciELO Brasil é, segundo o Ranking Web of World Repositories, conhecido como Webometrics, o líder mundial entre os maiores portais de informação científica em acesso aberto e gratuito no mundo.
Em 2011, de acordo com Packer, a coleção SciELO Brasil teve uma média diária de 1,2 milhão de downloads de artigos. Seu modelo de publicações de periódicos é adotado hoje por diversos países e forma uma rede de coleções nacionais.
Os países com coleções certificadas estendem-se pela América Latina, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Venezuela, e Europa (Espanha e Portugal). A coleção da África do Sul está prevista para ser qualificada e certificada em 2012.
A expectativa é que esses países também venham adotar o modelo SciELO de publicação de livros em formato digital.

SciELO Livros: http://books.scielo.org

A Associação Nacional de Professores Unversitários de História - ANPUH

XXI Encontro Estadual de História

ANPUH-São Paulo

Trabalho, Cultura e Memória

UNICAMP- 3 a 6 de setembro de 2012

INSCRIÇÕES DE TRABALHOS PARA APRESENTAÇÃO NOS SEMINÁRIOS TEMÁTICO S:

02 de abril a 15 de maio de 2012.

As inscrições serão efetuadas SOMENTE através do site http://www.encontro2012.sp.anpuh.org/