Por Rosana Schwartz
O movimento feminista cresceu e
desmembrou-se em diversas correntes. Observado com cautela e profundidade nunca
se revelou homogêneo. Alguns centralizam suas temáticas nos direitos de
primeira geração – civis e políticos, clamam por igualdade e maior participação
das mulheres na política. Outros envoltos aos direitos de segunda geração se
preocupam mais com o empoderamento econômico feminino, condição fundamental
para transformação nas esferas da vida cotidiana. A Igualdade e a equidade no trabalho
produtivo são válvulas motrizes para a desconstrução da violência de gênero. Muitos
outros são identitários, compostos por mulheres heterosexuais, lésbicas,
brancas, negras, trans, travestis entre outras. Não obstante, todos
independentemente das suas pautas de reivindicações são unidos em torno da luta
contra o Machismo, o sexismo, assédio e violência doméstica. Questões que adentraram,
por meio da lutas das mulheres em organizações e pela mídia na vida das pessoas.
Durante os anos 70 e 80 a Rede Globo conectada com os avanços das mulheres,
lançou séries e minisséries de televisão – Malu Mulher e Quem Ama Não Mata, que
problematizavam as assimetrias entre homens e mulheres. O combate à violência contra mulheres (no
plural) conquistou nas últimas décadas leis específicas - Maria da Penha e a do
Feminicídio. Violência doméstica a cada dia está sendo mais entendida como um
problema político e público. Desde a segunda metade da década de 1970, campanhas
internacionais orientadas pela Organização das Nações Unidas uniram diversos
movimentos feministas dos países signatários em torno dessas pautas. O ano de1975
foi um marco dos movimentos feministas. Denominado “Ano Internacional da Mulher”,
defendeu os direitos humanos como também sendo também das mulheres. Conferâncias como a de Nairóbi, Cairo e
Beijing, em 1995 criaram plataformas de ações para a defesa das mulheres. Naqueles
anos a maior parte dos grupos feministas era formada por pessoas de classe média
escolarizadas, aliados à luta pelo: fim da carestia, fim do regime militar,
associações de mães e de bairros, moradia, saúde, anistia e pelo
restabelecimento dos direitos humanos e democráticos.
Na atualidade a nova onda do
feminismo jovem dos anos dá continuidade aos trabalhos e esforços dos
movimentos do passado. Retoma todas as pautas se voltado para denúncias sobre
estupros entre colegas nas universidades relatos de assédio e abusos de crianças
e adolescentes (campanha “meu primeiro assédio”), desigualdades ainda presentes na vida
cotidiana, liberdade do corpo em caminhar pelas ruas sem sofrer assédio (campanha
“chega de fiu-fiu”). A liberdade de vestir a roupa que desejar sem correr o
risco de abordagens machistas centraliza outras pautas, como o direto ao prazer
e a autonomia do corpo. Falta muito
ainda para corrigir as assimetrias de gênero, para a igualdade e equidade entre homens e mulheres
efetivamente existir.
Na semana da Mulher vamos falar de
feminismo..... tema urgente e necessário.
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